Quando o Gallo canta a gente sente.
"Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me afúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.
Azeite Gallo. A cantar desde 1919."
E quem assim fala nao e de Genebra.
OVER & OUT.
1 Comments:
Ele 'e o azeite,
o cafe,
as francezinhas,
o bife do bazio,
o sol,
o bolinho de arroz e pastel de nata
a chourica assada,
a super bock,
etc, etc, etc,
lol
abraco
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