Friday, November 24, 2006

Quando o Gallo canta a gente sente.





"Tirem-me a vista.

Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.

Tirem-me o ouvido.

Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me afúria de espuma das ondas e o grito do golo.

Tirem-me o tacto.

Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.

Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.

Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.

Azeite Gallo. A cantar desde 1919."

E quem assim fala nao e de Genebra.

OVER & OUT.

1 Comments:

At 25 November, 2006 10:26, Anonymous Anonymous said...

Ele 'e o azeite,
o cafe,
as francezinhas,
o bife do bazio,
o sol,
o bolinho de arroz e pastel de nata
a chourica assada,
a super bock,
etc, etc, etc,
lol

abraco

 

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