Sunday, January 06, 2008

Onde acaba o Equador?

Equador, diz-se, provém do Português antigo "é qum a dor".
Foi com dor que muitos lá viveram, e morreram. Quem me dera por lá galopar até à praia, fumar um cigarro com vista para o mar, ouvir a grafenola na varanda, sentir o cheiro da clorofila no ar, escutar os sons do óbó e, ser feliz como poucos foram.

Obrigado Ana por esta viagem aos tempos D'Él Rei Dom Carlos e do Gentleman Lisboeta Luís Bernardo Valença.
"Não é em vão que se oferece um livro a um amigo."

Anjos e demónios é o próximo.

OVER & OUT.

1 Comments:

At 06 January, 2008 16:06, Blogger Miss-I-Am-Free-Because-I-Belong-Nowhere said...

Ora, não tem nada que «obrigadar». Ainda bem que o Gentleman lisboeta/oureense/londrino Carlos Roque gostou!;-) E sim "não é em vão que se oferece um livro a um amigo", ainda para mais livros como "Equador", sou incapaz de não partilhar tais "masterpieces"!

"As ilhas são lugares de solidão e nunca isso é tão nítido como quando partem os que apenas vieram de passagem e ficam no cais, a despedir-se, os que vão permanecer. Na hora da despedida, é quase sempre mais triste ficar do que partir e, numa ilha, isso marca uma diferença fundamental, como se houvesse duas espécies de seres humanos: os que vivem na ilha e os que chegam e partem. […] e todos os que simplesmente curiosos, daquela curiosidade silenciosa e paciente de quem se habituou a viver uma vida de ver os outros chegar e partir."

"- Nunca mais a vejo?
- A mim? Não sei. Quem sabe? Os que não morrem encontram-se, não é verdade?
«Desisto», pensou ele para consigo. «Esta mulher é um bloco de gelo. Esta conversa é absurda, esta empreitada é uma loucura e só pode acabar no ridículo».
- Não, não basta estar vivo. Depende de como se está vivo. Não se encontra só o que se encontra, mas também o que se procura. Nós não somos folhas levadas pelo vento, não somos animais à deriva. Somos seres humanos, com uma vontade própria.
- E a sua vontade, Luís Bernardo, é voltar a encontrar-me?
- É, Matilde. […]
- E para quê, posso perguntar?
- Nem eu sei bem para quê nem porquê. Talvez para retomar uma conversa inacabada, numa noite de luar.
- Há tantas conversas que ficam inacabadas! Será que a sabedoria é tentar retomá-las ou deixá-las para sempre no ponto em que ficaram?"

Beijinho & Até Sempre

 

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